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Friday, December 27, 2019

Grupo que assumiu ataque à sede do Porta dos Fundos seria o mesmo que agiu na UniRio em 2018 - O Globo

Grupo que assumiu ataque à sede do Porta dos Fundos seria o mesmo que agiu na UniRio em 2018 - O Globo

RIO - A polícia investiga se o ataque à produtora Porta dos Fundos, na madrugada de quarta-feira, no Humaitá, foi realizado pelas mesmas pessoas envolvidas no furto de bandeiras “antifascistas” no campus da UniRio, na Urca, em dezembro do ano passado. Em comum entre os dois casos, um grupo autodenominado “Comando de Insurgência Popular Nacionalista” da “Grande Família Integralista Brasileira” reivindicou os ataques. A Frente Integralista Brasileira, principal organização de defesa do integralismo atualmente, nega qualquer relação com eles.

— Já existia no passado esse grupo que tinha praticado um ato que foi apurado, mas pode ser que (no caso Porta dos Fundos) seja um grupo de pessoas diferentes que diz pertencer àquele grupo — afirmou Fabio Barucke, subsecretário Operacional da Polícia Civil, sem citar qual o caso anteriormente investigado.

Este caso foi o furto das bandeiras na UniRio. Dias depois, um grupo de homens encapuzados, vestidos de preto, aparecia em um vídeo pisando em bandeiras similares às roubadas e dizia que a “juventude é ensinada a insurgir contra a pátria” e que jovens se transformaram em “operários do crime”, “homossexuais militantes” e “pedófilos”. Agora, num vídeo que circula desde quarta-feira nas redes sociais, integrantes do mesmo grupo dizem ter sido os autores do ataque à Porta dos Fundos.

Na mesma entrevista, Barucke afirmou que a polícia trata a princípio o caso como tentativa de homicídio, pelo risco de vida a que foi submetido o segurança, e não como um caso de terrorismo. A Polícia Civil trata com cautela a tipificação do caso. Pela legislação, num caso de terrorismo a investigação passaria às mãos da Polícia Federal.

Também ontem, a produtora entregou à polícia as imagens das câmeras de segurança dos lados de dentro e de fora do prédio, pelas quais é possível ver que quatro homens, numa moto e numa caminhonete, participaram da ação, e que o segurança apagou as chamas com um extintor. A Polícia Civil tenta ainda identificar as pessoas e as placas dos carros.

Para isso, os policiais querem refazer o trajeto dos quatro criminosos. Agentes da 10ª DP passaram o dia de ontem recolhendo imagens de câmera de segurança do quarteirão onde fica a empresa. Ao todo, os policiais vão analisar, até semana que vem, cerca de 80 horas de filmagens de mais de dez câmeras diferentes, que cobrem toda a Rua Capitão Salomão, por onde os agressores fugiram pela contramão, até a Rua Voluntários da Pátria.

Policiais já sabem, por relatos de testemunhas, que os homens rondaram o local horas antes de cometer o crime, esperando um bar próximo à produtora esvaziar. O ataque com coquetéis molotov aconteceu às 5h21m do último dia 24. Para tentar descobrir se algum dos criminosos passou pelo local sem máscara antes do ataque, a polícia vai analisar filmagens a partir de 1h até pouco depois das 6h. Já foram obtidas imagens de clínicas médicas, restaurantes, lojas e um prédio residencial.

— Será um trabalho exaustivo de análise de câmeras. Estamos melhorando as imagens para que tenham mais nitidez. Antes, por exemplo, parecia que um dos homens que aparecem na imagem não estava encapuzado. Agora, já conseguimos ver que um pano branco esconde parte do rosto dele — afirmou o delegado Marco Aurélio de Paula Ribeiro, titular da 10ª DP.

 

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2019-12-27 10:24:00Z
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